Johnny Depp, Basquiat, leilões e milhões

Paul Cézanne

Natureza morta com maçãs e laranjas, Paul Cézanne, 1895


Primeira notícia:

 

“Nada pode substituir o calor e o imediatismo da poesia de Basquiat”. Será? A frase é de Johnny Depp que acaba de substituir o calor e o imediatismo da poesia de Basquiat por 11,5 milhões de dólares, no leilão organizado ontem e anteontem pela Christie’s em Londres. Em pleno divórcio complicado, o ator conseguiu vender 8 telas assinadas pelo artista undergound americano (1960-1988) de origem haitiana e porto-riquenha, nascido no Brooklin e falecido no SoHo. Pelo visto, o estilo original, espontâneo, naïf, enérgico e às vezes violento do artista, que vimos na Bienal de São Paulo em 1983, também serve para financiar dissoluções judiciais de matrimônio.

 

Segunda notícia:

 

Um milionário, amigo e vizinho de Johnny Depp no Var –  departamento da França localizado na região Provença-Alpes-Costa Azul (perto de Toulon), onde o ator adquiriu um vinhedo –  encontrava-se igualmente no leilão de ontem. Arrematou a célébre tela de Cézanne, Natureza morta com maçãs e laranjas, por 12 milhões de dólares. Quando a venda terminou, no entanto, ao contrário dos compradores de Basquiat que se comportaram direitinho, o milionário disse que só pagaria a metade da soma alcançada pelo quadro. Alegou que “as frutas não são biológicas, foram cultivadas com pesticidas e fertilizantes químicos.”

 

Até a próxima que agora é hoje; a primeira notícia é verdadeira e a segunda acabei de inventar.

 

"Pork", um dos Basquiat de Johnny Depp

“Pork”, um dos Basquiat de Johnny Depp alcançou 6,8 milhões de dólares (6,1 milhões de euros ) ontem, na Christie’s de Londres – Photo: Abaca / © CHRISTIE’S IMAGES LIMITED 2016